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O que há de estranho em mim - Gayle Forman

Livro: O Que Há de Estranho em MimAutora: Gayle FormanISBN-13: 9788580414806

Sinopse: Ao internar a filha numa clínica, o pai de Brit acredita que está ajudando a menina, mas a verdade é que o lugar só lhe faz mal. Aos 16 anos, ela se vê diante de um duvidoso método de terapia, que inclui xingar as outras jovens e dedurar as infrações alheias para ganhar a liberdade. 

Sem saber em quem confiar e determinada a não cooperar com os conselheiros, Brit se isola. Mas não fica sozinha por muito tempo. Logo outras garotas se unem a ela na resistência àquele modo de vida hostil. V, Bebe, Martha e Cassie se tornam seu oásis em meio ao deserto de opressão. 

Juntas, as cinco amigas vão em busca de uma forma de desafiar o sistema, mostrar ao mundo que não têm nada de desajustadas e dar fim ao suplício de viver numa instituição que as enlouquece.

Brit é uma garota normal de 16 anos. Isso o que ela pensa, pelo menos.

Suas convicções caem por terra quando seu pai a interna num "centro de reabilitação" para jovens garotas desviadas.

Sem entender como parou ali e descontente com o tratamento que ela e as outras garotas recebem, ela decide colocar tudo a baixo e mostrar para o mundo as barbáries que acontecem dentro daquela instituição.       
Fui jogada numa saleta abafada e a porta foi trancada. Soluçando, esperei que papai caísse na real, visse a grande besteira que estava fazendo e viesse me buscar. Mas não foi isso que aconteceu. Ouvi-o conversando com uma mulher e depois o barulho do nosso carro indo embora. Comecei a gritar de novo, o rosto ensopado de lágrimas, ranho e saliva. Berrei muito, mas ninguém apareceu. Então continuei chorando, até que não havia mais nada a fazer senão dormir."

O que há de estranho em mim estava na minha estante há algum tempo. Meu receio em lê-lo se dava pelas outras experiências negativas com os livros da autora, mas desta vez foi diferente. 

Num primeiro momento, pensei que ela trataria das mudanças e emoções adolescentes, mas se pode perceber que o intuito da autora é bem mais profundo. Gayle faz uma dura crítica ao sistema de tratamento mental, mostrando o abuso e o descaso que os pacientes são tratados. Mais um típico caso de ganância, pela busca de dinheiro.

O pai de Brit acredita que a filha tem um comportamento estranho, quase doentio. Seu medo vem do fato de que a mãe dela sofre de problemas mentais e estes podem passar para as futuras gerações.Acreditando que está fazendo o melhor, ele a interna na Red Rock, uma clínica que se passa por especialista e com renomados profissionais, que cuidam de adolescentes desviadas do comum.

Além do suposto problema mental de Brit, Gayle trata dos fatos que levaram outras garotas a serem internadas ali também. Achei a forma como ela abordou esses assuntos bem interessante. Pais que internam as filhas acreditando que gostar de outras garotas ou estar um pouco acima do peso, ou ainda gostar de sexo é, de certa forma uma doença.

O que cada uma de nós havia feito para estar ali? Cassie gostava de meninas mais do que achavam que deveria. Bebe gostava de meninos mais do que deveria. V pensava na morte mais do que deveria. E eu? Por que é que estava ali? Porque era mais parecida com a minha mãe do que deveria? Porque assustava meu pai mais do que deveria?

Mesmo não se tornando um dos meus livros favoritos, ele me surpreendeu. Gayle foi genial em sua escrita. Tratou de pré-conceitos e preconceitos de uma maneira genial.

Este livro é um alerta para os pais que acreditam que seus filhos estão/são doentes por não se encaixarem no que é considerado "Padrão". Não, eles não estão. Essa mania de se personificar em pessoas distintas, uma obrigatoriedade em ser, é que faz mal. Como impor um mesmo comportamento, o mesmo gosto a várias pessoas se ninguém é igual a ninguém?

Precisamos entender que o padrão é relativo. Se você pensa que seu filho ou filha, ou qualquer outra pessoa, não esteja bem mentalmente, converse com ele. Pesquise sobre o assunto. Suas atitudes podem acabar tornando uma pessoa saudável, doente.

Em caso de dúvida, lembre-se da canção: "Seja você, mesmo que seja estranho. Seja você, mesmo que seja bizarro."

 É que a gente acha que a loucura e a sanidade ficam em lados opostos de um oceano, mas na verdade não passam de duas ilhas vizinhas

O que há de estranho em mim é minha quarta e última leitura da #Maio2016ML. Uma ótima indicação para você que acha que não se enquadra nos padrões impostos na sociedade. Boa leitura.

Mil Beijos
*~


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